Como uma vacina é criada?

Publicado dia 01 de março de 2021
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Surtos e pandemias como a da Varíola, Cólera, Gripe Espanhola, Gripe Suína (H1N1) e, atualmente, a Covid-19, dizimaram milhares de pessoas ao redor do planeta dos últimos séculos aos dias atuais. Dessa forma, tornou-se consenso entre as entidades internacionais a necessidade de se criar procedimentos que reforcem a preservação da saúde pública no mundo. Entre os métodos mais efetivos, encontra-se atualmente a vacinação.

O primeiro registro existente de uma vacina na história corresponde ao final do século XVIII, quando uma forma de imunizante foi desenvolvida pelo médico britânico Edward Jenner contra a varíola. Ele constatou que uma pessoa exposta à versão bovina do vírus tinha inicialmente reações leves, com rápida recuperação e, posteriormente, desenvolvia ainda imunidade contra a versão humana da doença.

A professora Wirla Maria Tamashiro, do Departamento de Microbiologia e Imunologia do Instituto de Biologia da Universidade de Campinas (UNICAMP), explica que “ao entrar em contato com o sistema imune, a vacina provoca uma reação de proteção e gera nele uma memória.  Isso possibilita que o sistema imunológico tenha uma resposta rápida e eficiente de controle infeccioso quando o mesmo agente entrar no organismo”.

Mas seu processo de produção não é tão simples como parece. “Existem várias formulações diferentes de vacinas. Em primeiro lugar, é preciso identificar o agente causador da doença que se quer combater”, salienta a professora de Microbiologia. Ela complementa dizendo que a vacina pode ser criada a partir de partes de um micro-organismo ou dele próprio, morto ou atenuado. “No caso da poliomielite, por exemplo, o agente causador é isolado e trabalhado em laboratório até que se consiga uma cepa atenuada do vírus. Ela não tem o mesmo poder de infecção e é suficiente para induzir uma proteção no hospedeiro”, complementa a especialista. Contudo, não são todos os casos em que o micro-organismo em si é responsável por provocar a doença. “Às vezes, a causa é uma substância tóxica que ele produz, então a vacina precisa neutralizar essa toxina. Em outros casos, o problema não é o vírus ou a bactéria, mas a quantidade dele no interior do hospedeiro, então é preciso controlar sua multiplicação”, esclarece Wirla Tamashiro.

Tudo acontece no laboratório de pesquisas. Identificado o agente causador da doença, suas características e o modo como ele se conecta às células do nosso corpo ou à corrente sanguínea, os cientistas avaliam centenas de moléculas para encontrar a formulação ideal da vacina. A composição mais eficaz é conduzida à fase chamada “pré-clínica”, em que são realizados testes em animais para verificar sua eficácia. Somente após sua comprovação, tem-se início a fase clínica em seres humanos, composta por estas três etapas:

  1. Aqui, tem-se o primeiro teste de segurança das vacinas. Pequenos grupos de voluntários adultos e saudáveis (até 100 pessoas) recebem a dose para uma análise inicial.
  2. Já na segunda fase, a testagem também é com relação a sua segurança, contudo o número de voluntários é maior. Seu objetivo é analisar o mesmo efeito de segurança diante de grupos maiores e menos homogêneos.
  3. Sendo aprovada nas duas primeiras fases, tem-se então os testes de eficácia do medicamento. Aqui, milhares de pessoas podem ser testadas simultaneamente. Este monitoramento pode ser realizado por muitos anos, já que alguns efeitos colaterais podem aparecer a médio ou longo prazo.

Para obter sua licença e ser disponibilizada à população, uma vacina imprescindivelmente passa por essas 3 fases de testes. Ainda assim, ela é submetida à avaliação de institutos reguladores rígidos, como no caso do Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

FONTES:

https://novaescola.org.br/conteudo/1091/como-funcionam-as-vacinas-e-como-sao-produzidas https://medprev.online/blog/prevencao/como-sao-produzidas-como-as-vacinas-funcionam/ https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias/importancia-da-vacinacao

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